O deputado Ubaldo Fernandes (PL) propôs audiência pública, que aconteceu nesta terça-feira (05), no auditório Deputado Cortez Pereira, na Assembleia Legislativa, sobre o tema “melhorias básicas e necessárias para a praia da Redinha Nova”. Assuntos como saneamento básico, drenagem, iluminação e limpeza púbica foram abordados na ocasião. Estiveram presentes autoridades políticas de Extremoz, representantes do poder público e também moradores da localidade.
“Esse debate foi pensado para nosso entendimento sobre a real situação da Redinha Nova e para que possamos encaminhar algo que possa trazer retorno à população, benfeitorias à comunidade. Por isso que convidamos toda a classe política de Extremoz e outros envolvidos. É deles que vamos esperar algumas respostas que venham atender o sofrimento da população e resolver a ineficiência dos serviços básicos na comunidade. Queremos saber qual o impedimento que levou a obra de saneamento básico parar, também queremos informações sobre a drenagem, a iluminação pública e a limpeza pública na localidade”, falou o parlamentar propositor da audiência.
A representante do Idema, Isalúcia Barros Cavalcante Maia, foi a primeira a falar e esclareceu que não tem uma resposta pronta sobre a questão do saneamento básico. “Foi feita toda a parte de tubulação na Redinha Nova, faltou apenas concluir a parte de tratamento. O licenciamento ambiental tem etapas, que é necessário para qualquer obra. Eu não sei se ele chegou a ser concedido para essa obra específica, mas a Caern pode falar melhor sobre o assunto”, falou.
Por sua vez, o representante da Caern, Fábio Nielinton Siqueira, explicou que a parte da obra que está parada é a da rede coletora de esgotos. “A Caern trabalha com distribuição de água e coleta de esgotos em Redinha Nova. Começamos a obra no sistema de coleta de esgotos e, em 2014, tivemos um problema com relação à parte ambiental. Obtivemos a licença de instalação, conseguimos fazer a renovação, mas, no curso da obra, houve necessidade de renovar o prazo, onde não obtivemos êxito. Temos travado uma disputa técnica com o Idema, tentando resolver isso. Nós estamos com 82% já construído, só falta a licença ambiental ser liberada para concluir o resto”, falou. O participante sugeriu que fosse realizada uma reunião técnica com o Idema para que haja diretrizes sobre o problema.
Ediene Alves do Nascimento, representante a paróquia da comunidade, foi a primeira a apontar alguns dos problemas de Redinha Nova que precisam da atenção do poder público. “Temos que enfrentar no dia a dia tantas dificuldades que existem naquela comunidade. Nós, como igreja, temos ações missionárias e temos que percorrer com muita dificuldade cada pedaço daquela região. Agora, em setembro, tivemos a festa da padroeira e não pudemos realizar uma procissão mais extensa porque a infraestrutura não permitia. Não basta ser uma região turística, é preciso que tenha infraestrutura para que o turista passe lá. A Redinha Nova tem sido uma região turística de passagem, os turistas só passam, não param. É uma região tão bonita, mas tão sofrida. Não temos segurança, iluminação pública, o transporte é escasso. Esperamos que as autoridades olhem com um olhar mais afetivo para aquela situação e que a gente tenha de fato respostas concretas para a melhoria da saúde e da qualidade de vida da região”, desabafou.
A representante dos empresários da Redinha Nova, Adilene Brandão Miranda, também lembrou de vários problemas existentes na localidade. Ela mencionou a coleta de lixo, que, segundo ela, só passa na Avenida e não nas áreas internas. Mencionou as praias sujas e a areia que se acumula na avenida e dificulta a passagem de ônibus de turismo, além de causar acidentes de motoqueiros com frequência. “Não adianta chamarmos o turismo se não damos a possibilidade do turista se sentir bem. Ônibus de linha passa de uma e uma hora. Não tem nenhuma rua calçada no bairro, a não ser a Avenida, que, por um acaso, é totalmente esburacada e desnivelada. Eu também gostaria que tivesse um posto policial, porque já vi muitos turistas serem assaltados naquela avenida”, falou.
No mesmo sentido, o diretor da Escola Municipal Professor Ricardo Afonso, Anderson Barbosa, discursou na tribuna. “Essa audiência com a participação de todos já é um grande avanço, mas o que falta é união. Eu ouvi várias falas aqui e eu me entristeço em saber que tudo isso é fruto do imposto que nós pagamos. Que país é esse que pagamos tanto imposto e temos que mendigar uma contrapartida? Precisamos de união do Estado e do município. Somos a entrada do litoral norte do Estado, somos os dromedários, as dunas de Genipabu”, lembrou. Ele também avisou da necessidade de revisar o plano diretor da cidade de Extremoz, para que haja atração do segmento empresarial na região. “Além disso, eu sou diretor de uma escola e meus alunos sofrem diariamente com transporte público, porque as ruas de Redinha Nova são incapazes de receber meios de transporte”, acrescentou.
O presidente da Câmara Municipal de Extremoz, Fábio Vicente, também participou do debate e adicionou o problema da tubulação de água potável, “porque tem algumas ruas que a tubulação de água vai só até certo ponto. Esse foi um dos problemas que a população me cobrou muito”. Outro ponto que mencionou foi sobre a iluminação. “A Avenida Litorânea foi iluminada, mas a rede não suporta as lâmpadas, que vem a queimar com frequência. A rede tem que ser trocada por uma fiação mais grossa que possa suportar as lâmpadas”, explicou. Ele propôs que o deputado Ubaldo destinasse emendas, especificamente para calçamento de ruas na Redinha Nova.
Além dessas pessoas, vários vereadores de Extremoz e moradores de Cidade Nova falaram dos diversos problemas que assolam a região. Por fim, o prefeito de Extremoz, Joaz Oliveira Mendes da Silva, tentou esclareceu algumas das questões. A primeira coisa mencionada por ele foi a iluminação pública. “Fizemos uma aquisição de lâmpadas de led, que não havia no nosso estoque. Fizemos um trabalho de trocar a lâmpada amarela por uma de melhor luminosidade. Inclusive, na Avenida Litorânea serão colocadas lâmpadas de led. Já foi feito o pedido e acreditamos que em alguns dias já estaremos com esse material”.
Sobre a limpeza pública, o gestor optou por enfatizar a responsabilidade partilhada entre poder público e sociedade na questão. Segundo ele, é muito difícil tratar da consciência sobre a limpeza pública. “Uns colocam o lixo no dia certo, outros colocam quando não deve. A comunidade deverá dizer a melhor forma de resolvermos essas demandas. O que não pode é fazermos mutirão de limpeza e no outro dia ter lixo lá de novo”, falou.
Sobre outros aspectos, ele explicou que há uma necessidade de um gabinete de gestão integrada. “Temos uma peculiaridade com relação a Redinha Nova. A avenida principal é de competência do DER, o saneamento é de competência da Caern. Tem demandas que mesmo que o município queira resolver, esbarra no conflito de competência. Então, quando a gente assume demandas e competências que não são do município, naturalmente falta para outras demandas. Tudo isso faz com que a gente tenha limitações na capacidade de investir”, disse.
“O maior avanço dessa audiência é a abertura que se deu para que a gente leve as demandas do nosso município a nível de governo do Estado e Assembleia Legislativa, afinal, estamos tratando de assuntos que extrapolam o orçamento do município, como saneamento básico, por exemplo”, completou.