Rocas tem manhã de protesto contra retirada de linhas de ônibus e denúncia de redução no horário noturno


Moradores do bairro das Rocas, na Zona Leste de Natal (RN), saíram em caminhada, na manhã desta quarta (5), do Terminal Rodoviário das Rocas em direção à sede da STTU, na Ribeira, em protesto contra a decisão dos empresários de ônibus de retirar as linhas 46, 51, 52, 54 e 56, que não vão mais passar pelo terminal do bairro.

É um cambalacho. Antes da pandemia eu só precisava pegar um ônibus, que era a linha 48. Eu pegava aqui em Santos Reis e saía sentado e chegava no meu setor de aulas sentado. Eu não precisava andar dois quilômetros até a Ribeira, pra pegar um ônibus pra quando chegar pegar outro, um circular lotado! Todo dia vejo aluno ser colocado como lata de sardinha, ficando preso na porta, correndo o risco de um acidente fatal! Acidentes acontecem porque deixamos acontecer. A gente sabe que isso aqui é um plano de governo para sucatear a Zona Leste e as Rocas. Tivemos um Plano Diretor pela verticalização dessa região, isso que está acontecendo aqui tem o braço da Prefeitura de Natal”, denuncia um estudante da UFRN que participou do protesto.

Assim como ocorreu na pandemia, os empresários alegam que a queda do número de passageiros tornou a manutenção das linhas economicamente inviável, com o acréscimo da previsão de reajuste salarial dos motoristas em maio e aumento no preço do diesel.

Nós estivemos ontem na STTU, inclusive numa reunião bem acalorada, porque nós entendemos que a posição da Secretária deve ser a de fazer com que as empresas obedeçam as regras do sistema público de transporte e nós encontramos uma Secretária conciliadora, o que não é papel de um gestor público. O sistema de transporte em Natal fracassou, colapsou. A sociedade natalense precisa cobrar da gestão pública um contrato formal entre STTU [Secretaria de Mobilidade Urbana da capital] e o Seturn [Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos], o que não existe hoje”, denuncia o deputado estadual Ubaldo Fernandes (PSDB).

Cerca de 40 mil pessoas devem ser prejudicadas com a retirada das linhas  46, 51, 52, 54 56. Mas, segundo o Seturn, o bairro continuaria sendo abastecido com as linhas 25, 33, 35, 37, 38, 43, 59, 75 e 84, o que os moradores denunciam ser insuficiente para a demanda da região.

A gente não vai esquecer o que Álvaro Dias está fazendo com o transporte público não! Ru não estou dizendo que antes dele era uma maravilha, mas tem piorado e muito! O impacto disso não vai ser só pro bairro das Rocas, o impacto é pra cidade inteira. Quem usa o transporte público sabe que ele tem relação com a quantidade de tempo que vamos ter pra comer, que horas vamos ter que acordar, tem a ver com o estresse da nossa cabeça, com a nossa saúde. É um crime contra a qualidade de vida do povo natalense”, critica a vereadora Brisa Bracchi (PT).

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, Natal perdeu 18 linhas de ônibus. Das 82 linhas já existentes, apenas 64 continuam em circulação, porém, contando com o transporte opcional.

A STTU tem que ver que nós, das Rocas, também precisamos nos deslocar pra outros bairros. Segunda-feira estava no Jardim Lola e passei mais de 1h20 esperando o 70. Se não fosse o trem, eu só teria voltado na terça”, ironiza uma moradora do bairro.

Denúncia

De acordo com o deputado Ubaldo Fernandes, os empresários de ônibus anteciparam que, além das mudanças implantadas recentemente no itinerário de algumas linhas, também pretendem reduzir o percurso de alguns ônibus no horário noturno.

“E ainda tem o mais incrível que achei ontem, os próprios empresários disseram que muito em breve estarão diminuindo os horários de circulação do transporte público à noite! Somos uma cidade turística, o pessoal que trabalha em hotelaria, restaurantes, hotéis… vão ficar na rua?”, questiona.

A promessa não cumprida…

Apesar das mudanças constantes nos itinerários e quantidade de ônibus em circulação, as empresas de ônibus que atuam em Natal e região metropolitana receberam isenção de impostos, como forma de incentivo do poder público, para que as linhas de ônibus fossem mantidas, o que acabou não acontecendo, mas sem punição ou outros desdobramentos sobre os empresários do setor.

Desde a pandemia da covid-19, eles recebem isenção do imposto municipal ISS (Imposto Sobre Serviços) e do imposto estadual ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Denúncia

De acordo com o deputado Ubaldo Fernandes, os empresários de ônibus anteciparam que, além das mudanças implantadas recentemente no itinerário de algumas linhas, também pretendem reduzir o percurso de alguns ônibus no horário noturno.

“E ainda tem o mais incrível que achei ontem, os próprios empresários disseram que muito em breve estarão diminuindo os horários de circulação do transporte público à noite! Somos uma cidade turística, o pessoal que trabalha em hotelaria, restaurantes, hotéis… vão ficar na rua?”, questiona.

A promessa não cumprida…

Apesar das mudanças constantes nos itinerários e quantidade de ônibus em circulação, as empresas de ônibus que atuam em Natal e região metropolitana receberam isenção de impostos, como forma de incentivo do poder público, para que as linhas de ônibus fossem mantidas, o que acabou não acontecendo, mas sem punição ou outros desdobramentos sobre os empresários do setor.

Desde a pandemia da covid-19, eles recebem isenção do imposto municipal ISS (Imposto Sobre Serviços) e do imposto estadual ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

O edital previa a exploração de dois lotes de serviços com 37 linhas de ônibus cada uma. A concessão seria garantida por um prazo de dez anos, podendo ser renovada por mais dez. De acordo com o consultor técnico do Seturn, as licitações deram desertas porque os custos foram subestimados no projeto, enquanto as receitas foram projetadas acima da realidade.

Matéria publicada no Portal Saiba Mais.

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